Se tudo é uma questão de comunicação, de encontro, por que existem coisas que só o coração conhece? Quando só o coração conhece, o fenômeno ainda é abstrato. A razão, enquanto “cabeça” experimenta o amor porque o coração já lhe enviou uma mensagem. As emoções se mexeram e todo o sistema corporal de certo modo também vivenciou esse encontro.
Saint Exupery , no livro Pequeno Príncipe, conhecido de quase todas as criaturas do planeta, já afirmava que “só se vê bem com o coração”; o essencial é invisível para os olhos. Completo dizendo que os olhos vêem e o coração enxerga.
Daí afirmar que o coração conhece algumas coisas antes de tudo, é algo quase impossível de acreditar, mas é possível sentir. Será que sinto antes com o coração e depois com a mente?
Acho melhor deixar o coração com o romantismo poético que lhe é peculiar, e sobrecarregar o cérebro com o restante, porque como Blaise Pascal ( 19.06.1623-19.06.1662), grande filósofo e matemático francês disse em sua obra, a última que escreveu –Pensamentos-: - O coração tem razões que a própria razão desconhece-, quem sou eu para discordar de alguma coisa, mas penso que o coração cuida mais das coisas dos sentimentos , e a mente,enquanto razão, cuida das coisas reais, mais duras, mais concretas, eis que procura mensurar,medir,calcular, determinar regras.
E por falar nisso, vamos refletir: a razão fala mais alto, o coração escuta; a razão quer ordenar e o coração quer compartilhar; a razão imprime uma definição e o coração chora sentimentos; a razão presume tudo numericamente, o coração gosta de correr riscos; a razão tem prazer em querer determinar o futuro, o coração se alegra em demasia com o presente; a razão continuamente briga por regras e o coração pela espontaneidade ; a razão teima em medir as palavras e o coração expressa-as sem medo , com romantismo, carinho,afeto; a razão quer infinitamente manipular as ações , o coração não joga com as palavras, nele moram as grandes revelações amorosas,os eixos sentimentais, os acordes para a grande sinfonia da vida .
Com isto, imputa-se à razão as coisas do mundo físico, as características palpáveis, e ao coração que fica ali, de longe desconhecendo as razões, o grande baile ao som da mais perfeita melodia orquestrada pela natureza. É o jeito de ser do coração. Você duvida?
Nenhum comentário:
Postar um comentário